Pesquisa da USP aponta: dieta vegana é mais sustentável
Ciências agrárias

Pesquisa da USP aponta: dieta vegana é mais sustentável

A dieta vegana é mais sustentável do que o consumo de carne e derivados. Essa foi uma das conclusões de uma pesquisa realizada por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. O estudo acaba de ser divulgado pelo Jornal da USP.

A redução do consumo de carne reduziria a emissão de gases de efeito estufa no ambiente, bem como o uso de água e da terra. Com isso, aumentaria a segurança alimentar da população e, também, a sustentabilidade. No Brasil, a dieta da região Centro-Oeste, que é baseada em carne bovina, é a responsável pelos maiores impactos na emissão de gases de efeito estufa, uso da água e da terra.

De fato, a quantidade de terra necessária para a produção de vegetais é bem menor, segundo o estudo. Enquanto a produção animal exige cerca de 195 hectares, para a vegetal, em torno de 48 hectares são suficientes. “É uma diferença muito grande”, disse, para o Jornal da USP, Ana Chamma, a engenheira sanitarista e ambiental que conduziu o estudo. “Nesta etapa, conseguimos pistas sobre qual dieta seria mais sustentável.”

Numa escala maior e mais extrema, os dados são ainda mais impressionantes. No que diz respeito ao uso da terra, o consumo excessivo de carne bovina tem um impacto 18 vezes alto do que uma dieta à base de plantas. “Me lembro que eu fiz um paralelo entre os extremos: se toda a população só comesse carne vermelha, seriam necessários quase 800 milhões de hectares por ano para dar conta dessa demanda; para a dieta vegana, 50 milhões de hectares seriam suficientes”, declarou Ana para o Jornal da USP.

De acordo com o Jornal da USP, dados alarmantes motivaram a realização do estudo. Tais dados mostram que, no Brasil, entre 1985 e 2018, enquanto as áreas destinadas à agricultura aumentaram 2,5%, as pastagens cresceram 37%, e as áreas de vegetação nativa caíram 13%.

Na matéria, o Jornal da USP indicou campanhas que buscam conscientizar a população sobre o problema. Noticiou que “o Segunda sem Carne, realizado em parceria com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SBV), busca informar e conscientizar a população sobre os impactos do uso de produtos de origem animal na sociedade, na saúde, nos animais e no planeta, além de incentivar a substituição de carnes por vegetais ao menos uma vez na semana”.

Também citou a “campanha Less is More – Reducing Meat and Dairy for a healthier life and planet, lançada pelo Greenpeace”, que “quer reduzir em 50% o consumo de todos os tipos de carne e derivados em todo o mundo até 2050”.

Matéria anterior do Veganismo e Ciência noticiou outra pesquisa que também indicava que a adoção de uma alimentação vegana exigiria menor uso da terra. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Brasil, Universidade de Minnesota, Estados Unidos, Universidade de Aberdeen, Reino Unido, e Centro Internacional de Milho e Trigo, México. Tal pesquisa foi publicada na revista científica americana PLOS ONE.


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