Magnum vegano

Tem lactose no novo Magnum Vegano?

O Magnum Vegano, sorvete vegano da Kibon, chegou ao mercado em 2020. É vegano de verdade, embora, para espanto e apreensão de muitos veganos, o rótulo da embalagem informe que o produto contém lactose.

De fato, se não fosse pelo selo da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), qualquer vegano que checasse a rótulo diria que o produto não é vegano. E, como era de se esperar, esse problema gerou muita controvérsia. Afinal, esse Magnum é mesmo vegano?

Selo da SVB

Para começar, todo produto que recebe o selo da SVB é vegano. Como informa a página do próprio Magnum Vegano, o selo da SVB, criado em 2013, atribui a certificação a produtos de diversos tipos.

Dessa forma, garante que os mesmos são apropriados para o consumo por veganos. Isso porque não contêm ingredientes de origem animal e nem são testados em animais.

A página explica ainda que o selo atesta que o produto não envolve a realização de testes com animais nem pela empresa nem por seus fornecedores e cadeia produtiva. Afirma que o selo vegano é confiável e reconhecido nacionalmente.

Magnum Vegano
O Magnum Vegano é o sorvete vegano da Kibon, portanto, pode ser encontrado em qualquer mercado, padaria ou farmácia do país. O preço do produto é semelhante aos outros da mesma linha. O leite usado na fabricação é de amêndoas. Créditos: Steve Buissinne / Pixabay.

De fato, não há dúvida de que a SVB é uma instituição séria, confiável e muito rigorosa na atribuição do selo.

Ela sabe que os consumidores veganos se beneficiam dessa certificação, pois se sentem seguros para consumir os produtos que a exibem em suas embalagens.

Portanto, o fato de o Magnum Vegano conter em sua embalagem o selo da SVB atesta que o produto é realmente vegano.

Todavia, os veganos sempre checam a lista de ingredientes dos rótulos das embalagens dos produtos, até porque a maioria ainda não apresenta o selo da SVB. Conferir essa lista é parte do cotidiano vegano.

E quando eles se deparam com algum ingrediente de origem animal no rótulo, logo abandonam o item na prateleira. E é claro que ver a lactose entre os ingredientes do Magnum Vegano, ainda mais junto com o selo da SVB, deixou os veganos confusos.

A lactose do rótulo do Magnum Vegano

A página do produto confirma que o Magnum Vegano não contém nenhum ingrediente de origem animal, leite ou derivados, em sua composição. O leite do Magnum Vegano é de amêndoas, ou seja, vegetal.

A página acrescenta que o sorvete vegano da Kibon também não utiliza nenhum componente de origem animal em seu processo de fabricação e não envolve nenhum tipo de teste em animais. Reforça que, para assegurar todos esses critérios, o Magnum Vegano recebeu o selo de certificação da SVB, que garante que o produto é vegano.

Na verdade, a lactose citada no rótulo da embalagem é aquela que vem da contaminação cruzada. A página esclarece que, mesmo havendo uma rigorosa limpeza da linha de produção, e também um controle especial na produção do chocolate utilizado na cobertura, existe a possibilidade de contaminação cruzada.

Essa contaminação é proveniente de outros ingredientes que não fazem parte desse produto, mas sim de outros produtos não veganos que compartilham a mesma linha de produção.

A contaminação cruzada no Magnum Vegano

A contaminação cruzada é uma situação com a qual os veganos estão habituados. O problema é que, em geral, a contaminação cruzada é chamada de “pode conter” ou “contém traços de”. É dessa forma que a contaminação cruzada costuma ser identificada no rótulo da emabalagem.

Contudo, os veganos usualmente ignoram a contaminação cruzada. Digamos que se conformam com ela. Aceitam consumir os produtos que assumem em seu rótulo que podem conter ovos ou leite ou contêm traços de ovos ou leite, ou ainda outros ingredientes de origem animal.

Afinal de contas, via de regra, é mesmo complicado evitar a contaminação nos mais variados ambientes que frequentamos. Isso inclui nossas casas ou locais de trabalho, onde compartilhamos espaços e utensílios como fornos, lavadoras de louças e panelas. Mesmo após a limpeza, a contaminação permanece.

De fato, veganos que convivem com onívoros dificilmente conseguem evitar essa contaminação, que é, na maioria das vezes, invisível a olho nu.

Entretanto, o rótulo do Magnum Vegano não diz que ele “pode conter” ou que “contém traços de” lactose. Diz apenas que “contém lactose”. E foi isso que gerou a preocupação e a polêmica.

O rótulo diz “contém lactose” porque o nível da contaminação cruzada por lactose no Magnum Vegano é considerado alto – tal como determinado pelos órgãos reguladores – o que pode ser problemático para alérgicos e intolerantes a lactose.

O órgão regulador, no caso, é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ela determina que, acima de certas quantidades, o produto deve expor no rótulo que “contém lactose”. Isso protege pessoas que possuem alergia ou intolerância.

Resolução da ANVISA

Tal determinação da ANVISA passou a valer a partir da publicação da resolução RDC 136/2017. Esta define como as informações sobre lactose devem ser descritas no rótulo das embalagens dos alimentos.

De acordo com a regra, qualquer alimento que contenha lactose em quantidade igual ou superior a 100mg/100g ou ml deve exibir a expressão “contém lactose” em seu rótulo. A tabela abaixo mostra quais termos devem ser usados nos rótulos de acordo com o teor de lactose.

Como ficou o rótulo dos alimentos após a RDC 136/2017

Quantidade de lactose no alimento Frase no rótulo
Abaixo de 100 mg/100g ou mlZero Lactose, Isento de Lactose, 0% Lactose, Sem Lactose ou Não Contém Lactose
De 100mg até 1g/100g ou mlBaixo Teor de Lactose ou Baixo em Lactose
Igual ou acima de 100mg/100g ou mlContém Lactose

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