Veganismo – conceito e diferenciação

O que é veganismo?

Hoje em dia, ouve-se falar muito de veganismo. Mas, afinal, o que é veganismo?

O veganismo é um estilo de vida cuja finalidade é evitar:

  • o consumo de produtos de origem animal,
  • o consumo de produtos testados em animais,
  • o uso de serviços e a participação de eventos em que haja exploração ou confinamento de animais (por ex., zoológicos).

Você já pensou, por exemplo, na normalização do confinamento de animais, como se eles fosse objetos? Afinal, quem quer ser passarinho na gaiola?

Amar os animais é querer o melhor para eles. E o melhor para eles á a vida, a liberdade, o respeito, que é o que também queremos para nós.

Com base nessas convicções, a prática do veganismo não se limita, portanto, à alimentação. Estende-se a todo tipo de consumo de produtos animais, o que inclui itens de vestuário, higiene, limpeza, serviços, etc.

Sendo assim, os praticantes do veganismo (chamados de veganos) não consomem nenhum tipo de carne animal, nem mesmo peixe ou outros frutos do mar. Também não utilizam materiais como couro, mel e seda, pois esses produtos são de origem animal.

Porém, o veganismo não é religião nem moda. Estudos mostram que essa filosofia é uma tendência que está se espalhando. Seus seguidores estão aumentando rapidamente no mundo todo.

Isso acontece porque o uso e a exploração dos animais vêm se mostrando desnecessária na imensa maioria dos contextos. Por exemplo, a alimentação baseada em vegetais é muito mais saudável do que aquela que inclui os produtos animais. E quem mostra isso é a ciência.

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O que é vegano?

Veganos são as pessoas que praticam o veganismo. Eles procuram seguir a filosofia dentro daquilo que é possível e praticável. Um exemplo é o uso de medicamentos que, embora sejam ainda infelizmente testados em animais, podem ser necessários para a preservação da saúde e da vida de uma pessoa. Os veganos tentam, portanto, fazer o que está ao seu alcance, isto é, o melhor possível.

Afinal, a impossibilidade de praticar o veganismo em toda sua plenitude não é motivo para não aderir a este estilo de vida. Esse pensamento se ampara na premissa de que não é porque não posso fazer tudo que não farei nada.

“Sou apenas um. Mas ainda sou um. Não posso fazer tudo, mas ainda posso fazer algo. E porque não posso fazer tudo, não vou me recusar a fazer algo que posso”.

Edward Everett Hale

A filosofia vegana se baseia na proteção dos animais e no fato de que boa parte do que os humanos necessitam para viver bem independe do uso, exploração e sofrimento dos animais não humanos. Praticamente todos os nutrientes dos quais necessitamos podem ser obtidos dos vegetais e já existe uma ampla variedade de métodos alternativos que substituem o uso de animais em pesquisa.

Diferença entre veganismo e vegetarianismo

Enquanto o veganismo se refere a um estilo de vida que procura excluir todo tipo de produto que envolve o uso de animais, o vegetarianismo é um tipo de alimentação baseada em vegetais que exclui o consumo de carne. Em outras palavras, o vegetariano, em geral, procura evitar comer carne. Logo, o foco do vegetariano é, mais especificamente, a alimentação.

O vegetariano estrito só consome vegetais ou produtos deles derivados. O lactovegetariano é o vegetariano que inclui leite de origem animal – e derivados de leite, como iogurtes e queijos – em sua dieta. O ovovegetariano é aquele que inclui ovos em sua alimentação. Existe também o ovolactovegetariano, que inclui tanto ovos quanto derivados de leite.

Muito se tem a avançar

A dieta onívora, que inclui produtos de origem animal, já foi extensivamente utilizada, explorada e estudada. Por consequência, muito se sabe sobre o consumo desse tipo de alimentação no que diz respeito às necessidades nutricionais.

Mesmo assim, é comum aos onívoros (pessoas que seguem a dieta onívora) a necessidade de orientação nutricional e de suplementação de ferro, vitamina D, cálcio, entre outros nutrientes. Já a alimentação vegana ainda está em aprimoramento, assim como sua adequação às necessidades nutricionais humanas. Se, no veganismo, a suplementação de certos nutrientes, como a vitamina B12, é eventualmente requerida, isso não o difere da dieta onívora, onde a necessidade de suplementação também é comum, como este parágrafo já destacou.

O emprego de métodos alternativos ao uso de animais em pesquisa é também uma matéria em evolução. Muitos pesquisadores têm se dedicado a desenvolver técnicas com o objetivo de oferecer alternativas para todos os métodos que ainda empregam animais.

A substituição, em alguns casos, já é obrigatória. É essencial o aumento do engajamento da comunidade científica com este tema. São muitas as oportunidades de exploração dessas novas técnicas. São também inúmeros os benefícios tanto, evidentemente, para os animais, quanto para os humanos. Afinal, muitas das técnicas de substituição são mais eficientes e bem-sucedidas do que os provincianos métodos de pesquisa com animais.

Veganismo envolve o que possível e praticável

Aplicar o veganismo é evitar produtos de origem animal ou que envolvam uso ou exploração de animais, porém dentro daquilo que é possível e praticável. Ser vegano é, portanto, por conceito, aplicar a filosofia vegana dentro daquilo que é possível e praticável.

Isso significa que veganos que realmente aplicam o conceito usam medicamentos quando a saúde requer, mesmo sabendo que medicamentos são infelizmente testados em animais. Da mesma forma, tomam vacinas, uma vez que estas são necessárias à preservação e manutenção da saúde individual e coletiva.

Mitos e generalizações prejudicam o veganismo

VEGANOS NÃO SÃO ANTIVACINA. Cuidado com mitos e generalizações que prejudicam o veganismo. Assim como há indivíduos “antivacina” em qualquer grupo ou população, há indivíduos “antivacina” entre veganos. Ora, afinal, a maioria dos indivíduos “antivacina” é onívora. Alguém duvida?

Então, não dá para atrelar movimento antivacina a veganismo. Por favor, vamos separar as coisas! Veganos sabem que associar o veganismo a atitudes que colocam em risco a vida e a saúde humana prejudica a imagem do movimento, porque o torna impraticável. Esse seria um pretexto perfeito, muito conveniente, para que a indústria de produtos animais continuasse infinitamente a matança. Ah, é tudo que essa indústria quer…

Sendo assim, os veganos sabem que os maiores prejudicados nessa história não seriam os veganos. Os maiores prejudicados seriam os animais, que tanto dependem do sucesso do veganismo. Se veganos prejudicarem a imagem do veganismo, construída com tanto cuidado, esforço e zelo, prejudicam os animais. E são eles que estão lá sendo torturados! São eles que estão virando carne no prato! Não são os veganos, que são humanos e, como tal, são poupados desse massacre.

Não é porque não posso fazer tudo que não farei nada

A grande maioria dos veganos é sim à favor das vacinas. Isso porque entende que elas são necessárias à saúde e que infelizmente ainda não há alternativas cruelty free – disponíveis no mercado – para elas. Ficar sem esses produtos ainda não é possível ou praticável, pois pode ser incompatível com saúde e a vida. O mesmo ocorre com os medicamentos. Alguns podem ser necessários à saúde de algumas pessoas. Também, pode não haver, em certos casos, alternativas para eles.

Sendo assim, até veganos precisam utilizar esse tipo de produto. Ou seja, ficar sem medicamentos e vacinas não é algo que se enquadra, pelo menos por enquanto, dentro do possível ou praticável. Com isso, quem aplicar o conceito do veganismo, tomará vacinas e usará os medicamentos que lhe forem necessários.

Veganos defendem sim o fim dos testes em animais porque já existem alternativas – até mais eficientes – que podem substituir grande parte desses testes. Apenas, lutamos para que essas substituições, todas as possíveis, sejam feitas, de modo que os animais não sejam mortos e torturados desnecessariamente!

Afinal, como já mencionado aqui, não é porque não posso fazer tudo que não farei nada. No veganismo, faz-se o que é possível e compatível com a saúde e a vida. Perdão por certas repetições – é o desejo de, enfim, fazer-se entender. Não é fácil lidar constantemente com desinformação e julgamentos injustos e precipitados que prejudicam a imagem do veganismo.

A alimentação vegana é possível e praticável

Por outro lado, sabe-se que o consumo de carne e de outros produtos de origem animal, esse sim, é completamente dispensável. De fato, uma infinidade de estudos científicos tem demonstrado que a alimentação vegana é saudável e mais benéfica à saúde do que a onívora. Ou seja, deixar de comer produtos de origem animal é totalmente possível e praticável! Sendo assim, não há justificativa para tentar persuadir um vegano a incluir em sua dieta produtos de origem animal.

Mitos e generalizações são muito úteis para quem quer esvaziar e boicotar os fundamentos da filosofia vegana e injustamente fazê-los parecer negligentes. Considerando que veganos só querem um mundo melhor para todos, humanos e não humanos, e que se baseiam sim na ciência, o uso desses mitos, generalizações e preconceitos é de verdade injusto.


Tributo ao vegano

VAMOS EM FRENTE, À LUTA, MAS COM CONHECIMENTO DE CAUSA
Você já é movido pela empatia, pela compaixão, por todo esse amor imenso que não te permite ignorar todo esse massacre, toda a dor, todo o sofrimento que os olhos tristes dos massacrados não conseguem impedir. Mas você sabe que sozinho não vai mudar as coisas e isso te atormenta todos os dias, todos os minutos, a cada segundo. E só tem uma forma de transformar essa realidade. Só tem uma forma de contemplar o mundo com o qual você sonha. Você sabe que precisa engajar, precisa convencer, precisa trazê-los para a causa. Você precisa conseguir responder àquelas perguntas que te fazem. Precisa dizer que é seguro. Precisar falar das evidências. A ciência mudou o mundo para melhor… para os seres humanos, e para alguns, somente alguns, outros animais. Agora, é hora de usá-la para ser o roteiro da nossa voz vegana. Aqueles olhos contam com você.

www.veganismoeciencia.com.br

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